Capital paulista segue vacinando contra covid-19 e poliomielite
Continua neste sábado (4) na capital paulista a vacinação contra a covid-19, poliomielite e outras doenças. Para o serviço, estarão abertas as Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs)/Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Integradas das 7h às 19h. A vacina contra a covid-19 está disponível para toda a população a partir dos 6 meses. Para a primeira dose de reforço, estão elegíveis crianças a partir dos 5 anos, adolescentes e adultos que receberam a segunda dose há pelo menos quatro meses.
A segunda dose de reforço da vacina pode ser tomada por toda a população acima de 18 anos de idade que recebeu a dose anterior há pelo menos quatro meses. Está disponível, ainda, a terceira dose de reforço para pessoas com alto grau de imunossupressão com mais de 18 anos, que tomaram a segunda dose de reforço há pelo menos quatro meses.
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Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, podem receber a dose da vacinação com a Pfizer bivalente todos os idosos acima de 70 anos, além de pessoas maiores de 12 anos com imunossupressão, indígenas, residentes em Instituições de Longa Permanência e funcionários destes equipamentos da cidade de São Paulo. A partir de segunda-feira (6), todos os idosos acima de 60 anos de idade também poderão receber o imunizante.
Vacinação prorrogada
As campanhas de vacinação contra a poliomielite e de multivacinação foram prorrogadas por tempo indeterminado. Podem tomar a vacina contra a pólio crianças a partir de 1 ano até 4 anos e 11 meses de idade. Para o público até 15 anos, além da poliomielite oral e inativada, são disponibilizados os imunizantes tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), varicela, BCG, pentavalente, pneumo 10, rotavírus, meningo C, meningo ACWY, varicela, hepatites A e B, febre amarela, DTP (difteria, tétano e coqueluche), dupla adulto, influenza e HPV.
Os endereços das AMAs/UBSs Integradas podem ser consultados na página Vacina Sampa.
No Dia Mundial da Obesidade, campanha pede novo olhar sobre a doença
Obesidade é o excesso de gordura corporal em quantidade que cause prejuízos à saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é igual ou superior a 30 quilos por metro quadrado (kg/m²). A faixa de peso normal varia entre 18,5 kg/m² e 24,9 kg/m².
O Atlas Mundial da Obesidade 2022, publicado pela Federação Mundial de Obesidade, prevê que, em 2030, cerca de 30% dos brasileiros adultos e 15,7% das crianças e adolescentes deverão apresentar algum grau da doença. No mundo, o Atlas estima que 1 bilhão de pessoas estarão obesas naquele ano.
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Para marcar o Dia Mundial da Obesidade, comemorado neste sábado (4), a campanha da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) tem como tema este ano Uma Nova Forma de Olhar. “O objetivo é chamar a atenção como uma doença crônica, multifatorial, recidivante, que tem aspectos múltiplos na sua gênese e não apenas como uma visão antiga de fruto de maus hábitos, disse o presidente da entidade, Paulo Miranda.
A campanha destaca a importância do olhar empático e da percepção que se deve ter da pessoa que vive com obesidade, as dificuldades que enfrenta, os aspectos orgânicos que envolvem o ganho e a perda de peso, além das múltiplas comorbidades. O objetivo da SBEM é alertar a sociedade para esses múltiplos aspectos e a necessidade de “perceber a obesidade de forma diferente, com olhar novo e mais empático, entendendo as histórias das pessoas que vivem com a doença”, disse o especialista.
Miranda confirmou que tanto no Brasil quanto no mundo há um número crescente de pessoas com sobrepeso e obesidade. No Brasil, segundo ele, as pessoas com sobrepeso ultrapassam metade da população adulta e atingem número cada vez maior de crianças. “A obesidade e o sobrepeso na infância chamam a atenção e preocupam mais ainda. Quanto mais tempo de vida e mais precoce o aparecimento, maior o risco do acúmulo de comorbidades, maior a exposição do tempo de vida a esses problemas, levando a complicações múltiplas, como o risco de diabetes, de hipertensão, de doença cardiovascular com morte precoce, de alguns tipos de câncer. Ou seja, tudo isso além do impacto sobre a qualidade de vida e outras doenças que também pioram quando acometem pessoas com obesidade”.
Paulo Miranda lembrou que é muito importante ter a visão de que obesidade é doença crônica, com aspectos multifatoriais, cuja incidência vem aumentando no mundo inteiro e que, aparentemente, pelos números que se observa, ainda continuará crescendo na próxima década. Dados do Ministério da Saúde indicam que a prevalência da obesidade entre crianças no Brasil está em torno de 15%. Acrescentou que quanto mais tempo a pessoa vive com excesso de peso, maior o impacto metabólico e o risco de desenvolvimento de complicações associadas, incluindo comorbidades musculoesqueléticas.
Prevenção
Na avaliação de Paulo Miranda, a melhor forma de prevenção da obesidade está no estímulo a hábitos de vida saudáveis. Ele considera que esse fator passa por políticas públicas como incentivo ao consumo de alimentos saudáveis, taxação de alimentos associados ao maior risco de obesidade, como ocorre em alguns países. “A gente já sabe que o consumo excessivo de alimentos industrializados, ultraprocessados, refrigerantes e bebidas adoçadas também está relacionado ao maior risco de desenvolver obesidade”.
Em contrapartida, deve ser incentivado o consumo de alimentos in natura, de preparo caseiro, que têm, cientificamente comprovada, maior ação preventiva contra a obesidade. O mesmo ocorre em relação ao incentivo à prática de atividade física e à transformação de ambientes, para que a movimentação ativa possa ser feita de maneira mais frequente e, inclusive, estimulando os espaços públicos à prática dessas atividades. “Todas essas ações, comprovadamente, vão nos ajudar a ter mais saúde e a conseguir prevenir a doença”.
Genética
“A gente sabe que há meios de prevenir boa parte dos casos de obesidade e sobrepeso. Contudo, não devemos ver as pessoas que desenvolvem sobrepeso ou obesidade como fruto somente de maus hábitos, porque há outros aspectos importantes que envolvem o risco individual para o desenvolvimento da doença. Entre eles está, por exemplo, a predisposição genética”, afirmou o médico endocrinologista.
Miranda destacou a importância de se ter uma visão ampla sobre aquilo que é uma ação de prevenção populacional e o olhar sobre o risco individual. “Isso faz com que a gente veja melhor a complexidade do problema da obesidade, as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que têm a doença, seja no seu dia a dia e com redução da qualidade de vida, seja ao buscar atendimento e tratamento em busca de reverter a situação”.
Segundo o especialista, uma das limitações enfrentadas pelas pessoas obesas é a falta de disponibilização de uma medicação para o tratamento farmacológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Alimentação
A endocrinologista Lorena Lima Amato, membro da SBEM, confirmou que a obesidade pode trazer complicações para o desenvolvimento dos ossos, articulações e músculos das crianças que estão em constante crescimento. Ela sugeriu o incentivo a atividades com gasto de energia, como andar de skate, de bicicleta e brincar de pega-pega, que ajudam no combate ao sedentarismo. Sobre a alimentação infantil, recomendou que pais e responsáveis evitem salgadinhos e excesso de doces. Lembrou a necessidade de oferecer frutas, folhas verdes e legumes às crianças. Para Lorena, essa troca nem sempre é bem-vista pela criança mas, aos poucos, faz toda a diferença na qualidade de vida.
Para a especialista, criança precisa de rotina, inclusive na hora de comer. Horários estabelecidos para as refeições ajudam a diminuir a chance de escapar e comer alimentos como salgadinhos. Deve-se evitar também o consumo excessivo de frituras e alimentos industrializados. Em relação à água, lembrou que ela pode inibir a vontade de comer e, por isso, a criança não deve beber água pelo menos 30 minutos antes das refeições. Além disso, Lorena afirmou que deixar frutas à disposição e ao alcance da criança constitui ótima solução para incentivar a alimentação saudável.
Entra em vigor lei que muda regras para laqueadura e vasectomia
Entra em vigor, neste mês, a Lei 14.443/2022 que dispensa o consentimento do cônjuge para autorizar a laqueadura, em mulheres, e vasectomia, em homens, que são métodos de esterilização cirúrgica.
A nova lei traz outras mudanças. Veja abaixo:
- A nova lei reduz para 21 anos a idade mínima para a realização dos procedimentos no país. Antes, era 25 anos.
- A idade mínima não será exigida para quem tem, pelo menos, dois filhos vivos.
- A mulher pode solicitar a laqueadura durante o período do parto, o que não era permitido na legislação anterior, de 1996. É necessário manifestar a vontade com 60 dias de antecedência.
- Os métodos e técnicas de contracepção deverão estar disponíveis no prazo máximo de 30 dias.
A legislação manteve a exigência de manifestação pela cirurgia em documento escrito e firmado. Entre a manifestação da vontade e a cirurgia, a pessoa interessada passará por aconselhamento por equipe médica quando receberá orientações sobre as vantagens, desvantagens, riscos e eficácia do procedimento. O objetivo é evitar a esterilização precoce.
É autorizada a esterilização somente por meio de laqueadura, vasectomia ou outro método cientificamente aceito. É vedada a histerectomia (remoção do útero) e ooforectomia (retirada dos ovários).
Descumprimento
Em caso de realização da esterilização em desacordo com a lei, é prevista pena de dois a oito anos de reclusão e multa.
A pena pode ser aumentada em um terço se ocorrer nas seguintes situações: durante o parto ou aborto sem manifestação prévia de 60 dias; com manifestação da vontade do esterilizado expressa durante a ocorrência de alterações na capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente; em cirurgias de histerectomia e ooforectomia; em pessoa absolutamente incapaz, sem autorização judicial e através de cesárea indicada exclusivamente para esterilização.
Anvisa determina apreensão e proibição de anabolizantes falsificados
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nessa sexta-feira (3), a apreensão e proibição da comercialização, distribuição e uso de unidades falsificadas dos medicamentos Deca-Durabolin e Durateston. A medida, determinada em resolução do órgão, foi tomada após denúncia da empresa Aspen Pharma sobre a circulação, no mercado brasileiro, de unidades falsificadas dos medicamentos, em nome de outra fabricante.
Segundo a Anvisa, as unidades falsificadas possuem em suas rotulagens a empresa Schering-Plough como fabricante, mas essa empresa teve os registros dos medicamentos cancelados em 2017. Nesse caso, as unidades desses medicamentos comercializadas com o nome da empresa Schering-Plough, mesmo que se apresentem como dentro da validade, são falsas, diz a agência.
Durateston é indicado no tratamento de reposição de testosterona em homens portadores de condições associadas com hipogonadismo primário e secundário, tanto congênito quanto adquirido, quando houver confirmação de deficiência de testosterona por características clínicas e testes bioquímicos.
O Deca-Durabolin pertence ao grupo de medicamentos conhecidos como esteroides anabolizantes. O produto ajuda a reconstruir os tecidos que se tornaram fracos por causa de uma doença crônica ou danos graves.
A Anvisa orienta que a população adquira medicamentos apenas em estabelecimentos devidamente regularizados, sempre dentro da embalagem completa e peça nota fiscal. No caso desses dois medicamentos, o fabricante regular é a Aspen Pharma.
“Em caso de identificação de unidades dos medicamentos com suspeita de falsificação, a população não deve utilizar o produto e deve entrar em contato com a Aspen Pharma para verificação da autenticidade do produto. Comuniquem, também, o fato imediatamente à Agência, preferencialmente por meio do sistema Notivisa”, recomenda a agência.
Jovens são os mais afetados pelos efeitos da pandemia, mostra estudo
Os jovens são a parcela da população mais afetada pela crise de saúde causada pela pandemia de covid-19, segundo relatório anual do Estado Mental do Mundo, divulgado nesta semana pela organização de pesquisa sem fins lucrativos Sapien Labs. No Brasil, o estudo mostrou que existem 39% mais pessoas de 18 a 24 anos relatando queixas de saúde mental quando comparadas à faixa etária de 55 a 64 anos.
A população jovem, especialmente na faixa entre 18 e 24 anos, tem uma probabilidade cinco vezes maior de relatar queixas de saúde mental em comparação com a geração de seus avós. “Não há uma única região, grupo linguístico ou país onde o declínio do bem-estar mental em gerações sucessivamente mais jovens não é aparente. Isso se traduz em um aumento dramático na porcentagem de cada geração mais jovem que está mentalmente angustiada ou lutando em um nível qualificável como de natureza clínica ou requerendo ajuda profissional”, aponta o estudo internacional.
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Na clínica da psicóloga Mariana Azevedo, especialista em saúde mental e dependência química, houve um aumento expressivo no atendimento a crianças e adolescentes, por isso foi necessário fazer uma capacitação para atender esse público. “A pandemia do novo coronavírus aumentou o número de atendimentos de jovens com transtornos mentais, incluindo depressão e ansiedade. Além disso, a falta de contato social, o isolamento e a incerteza do futuro estão entre os fatores que mais contribuem para o agravamento desse quadro”, aponta Mariana Azevedo.
Nessa busca de alivio para o desconforto e as angústias existenciais, a psicóloga identificou um fenômeno curioso entre os jovens que é a necessidade de simbolizar essas dores e frustrações no corpo por meio de tatuagens. “A gente percebe esse aumento da tentativa de alivio do desconforto, da angústia, do mal-estar, pelo corpo, por meio das tatuagens”, exemplifica.
A pandemia também trouxe mudanças significativas na forma como os jovens se relacionam e interagem socialmente, especialmente após a privação do ambiente escolar por conta do isolamento social. “Uma das coisas que marca a adolescência é essa separação do núcleo familiar para uma constituição do sujeito. E nesse contexto, o convívio entre jovens que acontecia na escola deixou de existir por conta das restrições e do isolamento social”, explica.
A necessidade de manter o distanciamento físico e a redução de atividades presenciais afetaram negativamente a saúde mental dos jovens, que muitas vezes dependem do contato social para se sentirem conectados e pertencentes a um grupo.
O declínio do bem-estar mental das gerações mais novas também pode estar associado ao aumento do abuso de drogas e álcool. Segundo a psicóloga Mariana Azevedo, isso se traduz em um aumento dramático na porcentagem de cada geração mais jovem que está mentalmente angustiada. “Com esse novo cenário, alguns pacientes passaram a ter acesso a medicações psiquiátricas e a fazer abuso dessas substâncias. Por exemplo, houve um aumento expressivo do uso de Ritalina”, afirma a psicóloga.
O excesso de liberdade e de acesso à informação criou um contraponto entre famílias liberais e outras mais fechadas e dogmáticas. “O que eu observo que aconteceu na pandemia é que a convivência desses nesses núcleos familiares muito dogmáticos foi assim enlouquecedor, literalmente”, afirma Mariana Azevedo.
Nesse contexto, ela ressalta que muitos jovens que já lidavam com transtornos mentais antes da pandemia tiveram sua condição agravada pela falta de acesso a tratamentos adequados de saúde mental.
Apesar do quadro preocupante, a psicóloga ressalta um aspecto positivo dessa pandemia, que foi a diminuição do preconceito contra a terapia e de outros processos de autoconhecimento. “Muitas pessoas passaram a buscar a terapia para ter qualidade de vida. E agora podem falar sobre o que sentem, das suas vivências, sem que isso precise estar sendo 'confessado'. Acabam se amparando nisso para se permitir falar de algo que causou um mal-estar, por exemplo”, completa.
Relatório do Estado Mental do Mundo
O estudo mostra como o mundo está se recuperando da pandemia e como as relações familiares e amizades estão se deteriorando, com consequências significativas para o bem-estar mental.
A cada ano, o relatório apresenta o estado mental das populações, as tendências em relação aos anos anteriores – e pela primeira vez o estudo inclui o Brasil. O levantamento coletou 407.959 respostas pela internet de países de todos os continentes, em nove idiomas diferentes.
Na região da América Latina e do Caribe, por exemplo, enquanto menos de 15% das pessoas entre 55 e 64 anos tiveram pontuações negativas no índice, entre 18 e 24 anos esse percentual foi acima de 50%. Isso quer dizer que mais da metade dos jovens desses locais relataram sintomas clínicos de transtornos de saúde mental.
Serviço
A Rede SARAH contribui com o Ministério da Saúde no que se refere às ações voltadas ao enfrentamento da pandemia e suas graves consequências. O hospital oferece tratamento gratuito para reabilitação de pacientes pós-covid-19. Entre as principais alterações neurológicas tratadas estão: perda de força ou de sensibilidade nos membros superiores e inferiores, alterações do equilíbrio e da coordenação motora, além de alterações da memória.
Os programas de reabilitação incluem estimulação neuropsicológica e da capacidade cognitiva e ocorrem com um agendamento prévio pelo site sarah.br.
Nove em cada dez adolescentes compram cigarro em comércio autorizado
Nove em cada dez adolescentes, entre 13 e 17 anos de idade, conseguem comprar cigarros em locais comerciais autorizados, como padaria, cafeteria, mercados e bancas de jornal, conforme estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca) divulgado hoje (3). A venda é proibida para essa faixa etária.
O estudo, que usa dados de pesquisas escolares, mostra ainda que sete em cada dez jovens teve acesso a cigarro pela compra direta nos estabelecimentos autorizados. Entre 2015 e 2019, a venda proibida cresceu de 81,1% para 89,6%. Outro dado é que 70% dos menores de idade adquirem cigarro unitário, o que significa que os postos de venda abrem o maço de cigarros e comercializam unidades avulsas, em desacordo com a lei.
Para o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, os dados mostram que os adolescentes têm tido facilidade em comprar cigarros em locais onde a venda não deveria ocorrer.
“Quando se viola um maço ou embalagem de cigarro qualquer, que é produto para consumo, você está colocando em risco a integridade do produto. Não se sabe se o que havia ali dentro foi alterado”, alerta o médico. “São duas transgressões importantes. Primeiro, não cumprindo a lei em relação a vender para menores de idade e, segundo, vender o cigarro avulso, que é outra transgressão que a lei não permite”.
De acordo com Maltoni, pais, sociedade e instituições de controle devem manter vigilância no combate ao tabagismo no Brasil, mesmo com a queda em mais de 50% do número de fumantes no país. “A gente percebe que não tem conseguido avançar muito mais nessa redução. É preciso manter constantemente a atenção sobre todos esses pontos, para atuar na faixa etária em que existe oportunidade maior de fazer com que o hábito de fumar não se inicie e, portanto, o vício entre as crianças, os jovens e adolescentes”.
Desde 2019, Brasil e a Turquia são citados como dois países que adotaram todas as medidas de combate ao tabaco, estabelecidas em 2005 pelo Relatório MPOWER, da Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo do diretor. “Não podemos deixar que a falta de fiscalização ou que as novas formas de fumar, como os cigarros eletrônicos, reaqueçam esse mercado com a formação de novos públicos”.
O fumo, ativo ou passivo, pode levar a diversos problemas de saúde, como doenças cardíacas, respiratórias e câncer.
Novo diretor do Inca promete aumentar controle precoce do câncer
Tomou posse na manhã desta sexta-feira (3) o novo diretor-geral do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Roberto Almeida Gil. Com atuação na área de oncologia desde 1977, com passagem pela chefia do Serviço de Oncologia Clínica e do Programa de Residência Medica de Oncologia Clínica, ambos do Inca, Gil destacou que o câncer caminha para ser a primeira causa de mortalidade no mundo. Mas que o trabalho na prevenção e no controle da doença pode salvar vidas.
“Segundo a estimativa de 2023 de incidência e controle do câncer, que o Inca lançou no ano passado, são esperados 704 mil novos casos de câncer no Brasil para cada ano no triênio 2023 a 2025. A Organização Mundial da Saúde estima que 6 milhões de mortes prematuras pela doença poderiam ser evitadas com conscientização, planejamento, prevenção e controle da doença. Queremos reforçar nosso papel de instituto nacional, trabalhando sinérgica e intensamente com o Ministério da Saúde, que adotou neste governo o [combate ao] câncer como uma de suas prioridades.”
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Ele reforçou também a intenção de fortalecer as áreas e ensino e pesquisa da instituição, aprimorando o trabalho assistencial à população e de produtor de conhecimento do Inca.
“Queremos continuar formando estratégias de prevenção e detecção precoce, manter e aprofundar o nosso papel mundialmente reconhecido do controle do tabagismo, que tem os velhos atores com novas metodologias para manter a escravidão pela nicotina. É um trabalho muito sério.”
Ministério da Saúde
Presente na cerimônia de posse, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou a afetividade e empatia no trabalho de Gil durante toda a sua carreira. De acordo com ela, o Inca tem papel fundamental dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e vai colaborar no programa de redução de filas e no apoio à estratégia nacional na área de oncologia.
“Ao mesmo tempo que o Inca é um instituto sediado no Rio de Janeiro, com papel fundamental na assistência diretamente prestada, reforçaremos esse papel de referência, numa agenda de trabalho conjunta para todo o sistema de saúde e também para toda a nossa cooperação internacional.”
A ministra ressaltou que o governo está trabalhando em conjunto, com ações interministeriais, para a vigilância relacionada ao câncer, tema que sempre esteve na pauta do Inca e será reforçado a partir de agora.
“Temos muitos desafios. O Brasil avançou de maneira incomparável no controle do tabagismo, tendo participação ativa na Convenção-Quadro [para o Controle] do Tabaco, com papel de destaque nacional e internacionalmente. Não podemos perder essa conquista. Neste momento, olhamos no Ministério com preocupação para a regulação do cigarro eletrônico, são pautas que nós não excitaremos em trabalhar, em contar com o Inca para a devida fundamentação técnica e científica”.
Outas questões que serão tratadas pelo governo, segundo Nísia Trindade, é a questão do tabagismo na juventude, a alimentação saudável e os agrotóxicos, “pontos que seguramente o Ministério da Saúde, unido a outros ministérios, terá que avançar muito.”
Carreira
Oncologista clínico, Roberto de Almeida Gil é graduado em medicina pela Escola Medica do Rio de Janeiro da Universidade Gama Filho, em 1977, e fez especialização em oncologia clínica pelo Inca, finalizada em 1981. Ainda no instituto, chefiou o Serviço de Oncologia Clínica e coordenou o Programa de Residência Medica de Oncologia Clínica.
Entre 2003 e 2005, foi presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e também é membro da American Society of Clinical Oncology (Asco) e membro titular da European Society of Clinical Oncology (Esmo).
Fiocruz aponta aumento de casos de SRAG em 16 estados
O Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra um crescimento do número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em 16 estados, nas últimas seis semanas. Os dados divulgados hoje (3) se referem à semana de 19 a 25 de fevereiro (semana epidemiológica 8).
Em São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, o crescimento nas populações adulta e idosa estão associados à covid-19. No Amazonas, os casos de SRAG também estão associados ao novo coronavírus (SARS-CoV-2).
Os outros 12 estados com aumento nos casos de SRAG são Alagoas, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Paraná, Roraima e Santa Catarina.
Há crescimento de SRAG em crianças e adolescentes nesses estados, mas os dados laboratoriais inseridos no sistema não permitem ainda identificar se esses casos são associados à covid-19.
Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, esses dados reforçam a necessidade de adesão da população à campanha de vacinação contra a covid-19. Nos grupos prioritários, ele explica, a vacina pode evitar casos graves, internações e óbitos.
Anvisa aprova uma nova vacina contra a dengue
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de uma nova vacina contra a dengue. O imunizante Qdenga, produzido pela empresa Takeda Pharma, é indicado para população entre 4 e 60 anos. A aplicação é por via subcutânea em esquema de duas doses, em intervalo de três meses entre as aplicações.
Segundo a Anvisa, a nova vacina é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença, o que garante uma ampla proteção contra ela. No ano passado, o Brasil registrou mais de mil mortes por complicações da dengue no país.
No mês passado, a Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio) aprovou a segurança da vacina Qdenga, que aguardava agora o aval da Anvisa.
Uma outra vacina contra a dengue já aprovada no país, a Dengvaxia, só pode ser aplicada por quem já teve a doença.
A vacina Qdenga também foi avaliada pela agência sanitária europeia (EMA), de quem também recebeu aprovação. A concessão do registro pela Anvisa permite a comercialização do produto no país, desde que mantidas as condições aprovadas. A vacina, no entanto, seguirá sujeita ao monitoramento de eventos adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da própria empresa.
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