Acidente fatal de Renan pode ‘repetir atropelamento’ de Marcinho. E ele seguir jogando antes do julgamento. Não no Palmeiras

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Renan, à direita, tem muito potencial. Foi convocado várias vezes pelas Seleções de base do Brasil

Renan, à direita, tem muito potencial. Foi convocado várias vezes pelas Seleções de base do Brasil Reprodução/Instagram

São Paulo, Brasil

Não deu certo a estratégia da defesa de Renan.

Advogados que defendem o jogador do Palmeiras, que é apontado como responsável pela colisão que matou o motociclista Eliezer Pena, na manhã da sexta-feira, divulgaram que o atleta não apresentou sinais de embriaguez na delegacia em Bragança Paulista.

A notícia poderia ser animadora para o zagueiro, se não fosse o fato de que, sem advogados perto, logo após a colisão, ele ter confirmado a policiais que tomou gin em uma festa em Campinas. E que dormiu ao volante do seu Honda Civic. E por isso seu carro foi para a contramão, atingindo a moto de 160 cilindradas, de Eliezer Pena.

O choque foi violentíssimo.

Para piorar a situação, Renan não quis se submeter ao teste do bafômetro na hora do acidente. Nem permitiu a retirada do sangue, para medir o teor alcoólico.

O acidente fatal aconteceu às 6h40 de sexta-feira, depois de o atleta passar a noite em claro. E estar voltando de Campinas para Bragança, já que estava emprestado ao Bragantino. 

O exame que comprovou que ele não tinha traços de embriaguez foi feito às 10h07.

As mais de três horas entre a batida e o teste, mais a ingestão de muita água, alimentação e mais o fato dele ser atleta, jovem, poderiam contribuir para que possíveis traços de embriaguez desaparecessem.

O fato de seus advogados o orientarem a não fazer o teste de bafômetro assim que houve o acidente tem um peso enorme em futuro julgamento.

Renan pagou R$ 242 mil pela fiança, para ter a liberdade provisória. E teve seu passaporte confiscado, para evitar fuga do país.

A tentativa da defesa é que ele seja julgado por homicídio culposo, sem a intenção de matar, com pena de cinco a oito anos. Por ser primário, ou seja, sem nenhum crime anterior, haveria até a expectativa de pena leve. E com a possibilidade de recursos. A sentença definitiva levaria anos.

Com Renan podendo seguir em liberdade, e até jogando, enquanto não se define a situação.

Se a morte de Eliezer Pena, 38 anos, for tipificada como homicídio doloso, a pena poderia chegar a 20 anos. Mas esta é uma hipótese muito difícil. A tendência é que seja julgado por homicídio culposo.

Renan também pode ter de responder a um processo civil pela família do motociclista.

O caso Marcinho, ex-jogador do Botafogo e do Athletico Paranaense, segue como exemplo do que deve acontecer com Renan. No dia 30 de dezembro de 2020, ele atropelou, e matou, os professores Maria Cristina José Soares e Alexandre Silva de Lima. 

Não prestou socorro. De acordo com relatos publicados no Rio, ele teria bebido, antes do atropelamento. Ele seguiu jogando, foi contratado pelo Athletico Paranaense. Depois dispensado. E havia acertado sua ida no mês passado, para atuar no Pafos, equipe do Chipre. Mas a justiça carioca impediu a saída do Brasil. Já que seu caso ainda não foi julgado.

Marcinho pagou, no entanto, R$ 200 mil, aos familiares dos professores para que não houvesse processo civil contra ele, pedindo indenização.

O jogador foi denunciado por homicídio culposo.

Esse é o caminho que a defesa de Renan pretende seguir.

Inclusive, como o julgamento deverá levar anos, com direito de o jogador continuar sua carreira.

A direção do Red Bull Bragantino segue firme. Não quer nem que o jogador se reapresente ao clube, apesar de estar emprestado pelo Palmeiras até dezembro. Quer a rescisão imediata.

O zagueiro tem contrato com o Palmeiras até 2025. 

A presidente Leila Pereira é quem se mostra mais revoltada com a situação.

Não quer que o atleta volte ao clube. Mesmo tendo grande valor de mercado.

Pelo site especializado em transferências de atletas, o transfermarkt, Renan custaria cerca de 9 milhões de euros, cerca de R$ 50 milhões.

Com 20 anos, várias passagens por Seleções Brasileiras de base, em 2021, fez 41 partidas pelo Palmeiras. Seu comportamento fora do campo fez com que Abel Ferreira o deixasse de lado e recomendasse a saída do clube. “Para amadurecer e aprender a valorizar o Palmeiras”, diz ao blog um conselheiro importante ligado à atual direção. 

Só que deu tudo errado.

A direção do Palmeiras quer dar toda a atenção à família de Eliezer Pena. O Red Bull Bragantino está apoiando uma ‘vaquinha virtual’ para que as pessoas contribuam financeiramente aos familiares da vítima.

Advogados do jogador dizem que Renan está muito ‘abalado’.

A situação é complicada.

Se depender de Leila, a rescisão será acertada o mais rápido possivel.

Nem o Bragantino e nem o Palmeiras querem seguir com o atleta…

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