O caso da jovem Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, segue em investigação, embora a Polícia Civil de Goiás não tenha dúvidas quanto à autoria e já tenha prendido quatro suspeitos. O delegado Marcos de Oliveira Gomes afirma que o crime foi perpetrado pelos amigos de Ariane, Jeferson Cavalcante Rodrigues, de 22 anos, Raíssa Nunes Borges, de 19, e Enzo Jacomini Carneiro Matos, de 18, que usa o nome de Freya, além de uma menor de idade, que não teve o nome revelado. O trio de suspeitos maiores de 18 anos foi preso na quarta, 15, e a polícia apreendeu a menor na quinta, 16. À Jovem Pan, o delegado afirmou que restam alguns pontos ainda obscuros, como o número de facadas dadas em Ariane, a ser confirmado após a conclusão do laudo cadavérico, e a motivação do crime. Ele espera concluir a investigação nos próximos dias.
Qual foi a motivação do crime?
Até o momento, a polícia acredita que o crime teria sido cometido porque Raíssa buscava confirmar se era uma psicopata. Amiga próxima de Ariane, a menor de idade teria planejado o assassinato em conjunto com o grupo com um dia de antecedência. O quarteto, então, fez uma lista de possíveis vítimas com três nomes e escolheu Ariane porque ela era pequena e poderia ser segurada caso tentasse resistir. No dia do crime, a menor teria ligado para Ariane e a chamado para comer um lanche.
Como Ariane foi morta
Cada um dos quatro teria participado, com Jefferson dirigindo o carro e levando as facas; Enzo teria enforcado Ariane até ela desmaiar e Raíssa, por fim, a esfaqueado, após um estalar de dedos do motorista durante uma música que falava sobre homicídio. A menor teria assistido tudo sem evitar e também dado uma facada em Ariane. Depois do crime cometido, o grupo teria colocado o corpo de Ariane no porta-malas, forrado com sacos de lixo por Jefferson, e o deixado numa mata do Setor do Jaó, bairro de Goiânia. A vítima ficou desaparecida entre 24 e 31 de agosto, quando o corpo foi encontrado já em estado avançado de decomposição. No dia em que o corpo foi localizado, um dos suspeitos, Enzo, enviou uma mensagem à mãe de Ariane dizendo que amava a jovem e que ela não merecia o que aconteceu.
Leia também
Como a polícia descobriu o crime?
Com 18 anos, Ariane sonhava em ser veterinária, mas havia interrompido os estudos por estar sofrendo bullying por ser baixa e magra. A mãe da jovem, Eliane, buscava outra escola na qual a filha pudesse fazer um curso intensivo e terminar o ensino médio, mas não teve chance. Mãe solteira, Eliane e a filha eram muito apegadas, com Ariane sempre lhe enviando vídeos de onde estava e com quais companhias. Por causa disso, ela conhecia os suspeitos, com quem a filha tinha amizade e já havia saído antes.
Na investigação, a polícia identificou primeiro o carro usado no crime, que foi o mesmo no qual os suspeitos teriam levado o corpo de Ariane até o local onde foi jogado. “Chegamos a eles após identificar o motorista. Ele confessou e apontou os demais envolvidos”, contou o delegado Marcos Gomes à Jovem Pan. Segundo o delegado, os suspeitos deram uma versão de que a motivação do crime teria sido também um suposto assédio de Ariane tentando ter relacionamentos amorosos com eles, mas que as investigações não apontam nessa direção.