Vice-Governador Daniel Vilela e o Prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró. Vaga na futura chapa de Daniel Vilela ao governo do Estado está sendo disputada pelo Sudoeste goiano e pela Região do Entorno
A história mostra que ninguém deve tomar espaço político por garantido. A região com maior densidade de eleitores em Goiás tem novos competidores
Fonte: Redação do Jornal Opção
O Entorno do Distrito Federal é hoje uma potência política. A mesma explosão populacional que trouxe dificuldades para a gestão fez com que a região se tornasse chave para qualquer vitória eleitoral — afinal, das 18 maiores cidades de Goiás, oito ficam no Entorno de Brasília. Isso também significa que o Entorno não tem mais dono; diversas forças disputam a maior densidade de votos do Estado.
Para se ter uma ideia, a taxa de crescimento populacional do Brasil entre 2010 e 2022 foi de 0,52% (a menor desde o início da série histórica, que vai diminuir ainda mais nos próximos anos). Já nos 12 municípios goianos do entorno, o crescimento foi em média de 2,2%; ou seja, 4,4 vezes maior. Cidade Ocidental chegou a crescer 4,21% ao ano. Niquelândia foi a única cidade que encolheu, com déficit demográfico de -1,6% ao ano.
Hoje, a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) tem seis deputados que representam o Entorno. Wilde Cambão (PSD), de Luziânia; André do Premium (Avante), de Santo Antônio do Descoberto; Anderson Teodoro (Avante), de Águas Lindas de Goiás; Cristóvão Vaz Tormin (PRD), de Luziânia; Dra. Zeli (UB), de Valparaíso de Goiás; Ricardo Quirino (Republicanos).
Porém, a concorrência está aumentando e alguns desses nomes terão de trabalhar para se manter na disputa. Cristóvão Tormin tem de se defender de mais de um processo; Anderson Teodoro enfrenta cassação no Tribunal Superior Eleitoral; Ricardo Quirino trabalha pelo Entorno no Legislativo, mas não tem raízes na região (é do RJ, fez carreira no DF, foi escolhido pela Igreja Universal para representar o partido em Goiânia em 2015). Mesmo deputados federais, como Lêda Borges (PSDB) têm asteriscos próximos a seus nomes — a sobrevivência política da deputada menos votada do estado depende da mudança de partido.
O que explica a entrada de novos players? Diversos prefeitos do Entorno conquistaram seu segundo mandato em 2024 (a reeleição foi recorde na região) e já se preocupam com a possível falta de projeção política ao término de suas gestões. Para esses, uma alternativa é fazer deputados em 2026.
Hildo do Candango, mostrou como funciona: assumiu o cargo deputado federal em 2023 e 2024 e ajudou a eleger sua esposa, Aleandra Sousa (UB) como vice de Lucas Antonietti (UB) em Águas Lindas De Goiás. Em Santo Antônio do Descoberto, o caminho foi inverso — o deputado André do Premium desde 2022 construiu a candidatura a prefeita de sua esposa, Jéssica do Premium (UB), que se elegeu em 2024.
O prefeito de Novo Gama Carlinhos do Mangão já ensaia lançar Joscilene Martins, a primeira-dama e Secretaria de Ação Social, à Alego em 2026. Apesar de pertencer ao PL, tem boa relação com a base do governo estadual. O bom relacionamento com a base é condição imprescindível para sucesso no Entorno, onde não pertencem ao grupo de Ronaldo Caiado (UB) e Daniel Vilela (MDB) apenas os candidatos eleitos de Cabeceiras, Cristalina e Formosa. Prova do bom relacionamento é o fato de que Mangão indicou Flávia Arruda (PL) para a Secretaria de Estado do Entorno do DF — Flávia Arruda por sua vez indicou Caroline Lima, atual secretária. Apenas Mangão compareceu à posse da secretária em março de 2023.
Em recente nota de bastidores do Jornal Opção, se falou sobre a possibilidade de o Entorno lançar o candidato a vice-governador na chapa de Daniel Vilela em 2026. Entretanto, a história mostra que ninguém deve tomar o espaço por garantido. No cenário de acirramento da disputa, a acomodação abre espaço para novos competidores. Quem tende a sair prejudicado são velhos medalhões da política local, acomodados em suas bases, que não perceberam a nova competição.
Pábio Mossoró é cotado para integrar a chapa de Daniel Vilela como candidato a vice-governador
Nota da redação
O ex-prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró, desponta como um dos principais nomes cogitados para compor a chapa liderada pelo atual vice-governador de Goiás, Daniel Vilela, nas eleições de 2026. Caso a indicação se concretize, Mossoró pode se tornar o novo representante do Entorno do Distrito Federal na vice-governadoria, posição que a região não ocupa desde o período entre 1987 e 1988, com Joaquim Domingos Roriz como vice de Henrique Santillo.
Reconhecido por sua trajetória política, Pábio Mossoró foi vereador por dois mandatos antes de alcançar a prefeitura de Valparaíso, cidade estratégica para a economia e desenvolvimento da região metropolitana de Brasília. Como primeiro prefeito reeleito do município, Mossoró consolidou sua liderança política ao eleger sucessores alinhados ao seu projeto de gestão. Em 2022, ajudou a eleger a então vice-prefeita Dra. Zeli como deputada estadual e, em 2024, foi peça fundamental na campanha do prefeito Dr. Marcus Vinícius, atual presidente da Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (AMAB).
A articulação em torno do nome de Pábio Mossoró é vista como um movimento estratégico para fortalecer a representatividade do Entorno e ampliar a base de apoio ao grupo político que integra o Governo de Goiás. A região, que historicamente possui desafios relacionados à infraestrutura e segurança, enxerga na possível indicação de Mossoró uma oportunidade de ter maior protagonismo nas decisões estaduais.
De acordo com informações do Jornal Opção, a definição oficial das chapas ainda depende de negociações internas e alianças a serem firmadas nos próximos meses. Até lá, o nome de Pábio Mossoró permanece como forte aposta para compor a chapa majoritária em 2026.
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