Ex-presidente Jair Bolsonaro, Deputado Estadual cassado Fred Rodrigues, e o alvo da operação, Deputado Federal Gustavo Gayer
Fonte: Caíque Alencar, Aguirre Talento e Mateus Coutinho/UOL
A PF (Polícia Federal) cumpriu na manhã de hoje (25) mandados de busca e apreensão contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Os mandados foram determinados por Alexandre de Moraes, quem o parlamentar criticou em vídeo nas redes sociais após a operação.
O que aconteceu
- Mandados foram cumpridos na casa do deputado e no imóvel funcional dele em Brasília, segundo apuração do UOL. As buscas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
- PF apreendeu R$ 70 mil em dinheiro vivo com assessor de Gayer. Ao todo, a corporação cumpriu 19 mandados de busca em Brasília e em mais quatro cidades de Goiás: Cidade Ocidental, Valparaíso de Goiás, Aparecida de Goiânia e Goiânia.
- Operação mira associação criminosa suspeita de desvios de dinheiro de cota parlamentar. Conhecida também como verba indenizatória, essa cota serve para os deputados usarem para atividades e gastos relacionados ao mandato, como passagens aéreas, aluguel de carros, combustível e alimentação, por exemplo.
- Grupo teria usado documentos falsos para desviar verbas. Segundo as investigações da PF, a associação criminosa usou documentos falsos para a criação de uma OSCIP (Organização de Sociedade Civil de Interesse Público) e tinha o objetivo de beneficiá-la com recursos da cota parlamentar de Gayer.
- Os crimes investigados pela PF são de associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato.
O que diz o deputado
- “Levaram meu celular e meu HD”, disse deputado. Gayer postou um vídeo nas redes sociais para se defender. Ele afirmou que a operação ocorre dois dias antes das eleições em que ele apoia o candidato Fred Rodrigues (PL) à Prefeitura de Goiânia.
- Gayer também criticou Alexandre de Moraes. O parlamentar afirmou que não sabe o motivo das buscas e que não teve acesso ao inquérito. Procurada pelo UOL, a assessoria de imprensa do deputado afirmou que ele só vai se manifestar pelas redes sociais. A reportagem também enviou mensagem ao próprio Gayer, mas não teve retorno.
- “Um inquérito sigiloso foi aberto no mês passado, 24 de setembro. Não da para saber nada. Não tem nenhuma informação do que se trata. Sei que assessores meus também receberam busca e apreensão. Um deles trabalha em rede social, fazendo card, vídeo” – Gustavo Gayer (PL-GO), em vídeo nas redes sociais.
- Além disso, os secretários de Gustavo Gayer atendiam demandas da Loja Desfazueli, que está em nome de Gabriel Sander Araujo Gayer, filho de Gustavo Gayer, em um espaço alugado com verba pública.
- O aluguel mensal do imóvel variou entre R$ 6 mil e R$ 6,5 mil desde fevereiro de 2023. A prática é apontada como o crime de peculato desvio, segundo o ministro Alexandre de Moraes.