Depois de 23 dias de intervenção federal, o governo do Distrito Federal (DF) volta a assumir, nesta quarta-feira, 1, o comando das forças de segurança. Durante este período, o DF teve Ricardo Cappelli como interventor nomeado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Em seu Twitter, Cappelli declarou que “foram dias duros” nos quais tomou “decisões importantes no calor dos acontecimentos”, que deu o melhor de si e que o sentimento é de “dever cumprido”. Ele volta agora para a vaga de secretário executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Antes de deixar a função de interventor, Cappelli fez um relatório final que apontou falhas na coordenação da segurança pública do DF que possibilitaram os atos violentos e depredações no dia 8 de janeiro, quando os prédios da Praça dos Três Poderes foram invadidos e vandalizados. Nesta quarta-feira, Sandro Avelar, delegado da Polícia Federal, assume o cargo de secretário de Segurança Pública do DF.
Em seu primeiro dia de trabalho, Avelar já deve garantir a segurança durante a cerimônia de posse no Congresso Nacional e a abertura do novo ano do Judiciário. Nesta terça-feira, 31, a governadora em exercício do DF, Celina Leão (Progressistas), disse que com o término da intervenção federal na segurança pública do DF, haverá elementos para que o governador afastado, Ibaneis Rocha (MDB), volte ao cargo. Nos bastidores, os rumores são de que Celina tem sido aliada fiel de Ibaneis, recusando a ideia de um possível impeachment do governador afastado. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Ibaneis deve ficar afastado do cargo por 90 dias. A decisão do STF foi feita no dia 9 de janeiro.
Nesta terça, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a Moraes o compartilhamento de dados de organizadores e financiadores dos bloqueios em estradas e atos em frente a unidades militares. Depois da vitória do presidente Lula (PT), apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) obstruíram rodovias e montaram acampamentos em frente a quartéis para contestar o resultado eleitoral. Para Aras, essas informações podem ser usadas pelo Ministério Público nas investigações sobre os atos de 8 de janeiro e eventuais apurações futuras sobre o tema.
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*Com informações da repórter Paula Lobão