No dia em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou emergência global por causa da expansão da varíola do macaco, o Brasil anuncia que já há 696 doentes de monkeypox confirmados no país. Os dados são do Ministério da Saúde.
A maior parte dos doentes está em São Paulo, com 506 registros. São 102 no Rio de Janeiro, 33 em Minas Gerais, 14 em Goiás, 13 no Distrito Federal e 11 no Paraná. Também há confirmações na Bahia (3), Ceará (2), Rio Grande do Sul (3), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Pernambuco (3), Mato Grosso do Sul (1) e Santa Catarina (1).
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Na grande maioria dos casos, a varíola do macaco se resolve espontaneamente e sem sequelas. O isolamento dura entre 14 e 28 dias e só pode ser suspenso depois que todas as crostas das lesões cutâneas já tenham caído e uma leve camada de pele nasceu no local.
Entretanto, alguns pacientes podem apresentar complicações.
Segundo o maior estudo já realizado sobre as apresentações clínicas da doença, conduzido em 16 países e publicado na quinta-feira (21) na prestigiada revista científica The New England Journal of Medicine, em 13% do total de casos foi necessária a internação, na maioria das vezes para “controle da dor”, principalmente dor anorretal severa (21 pacientes).
Também houve hospitalizações por superinfecção de tecidos moles (18); faringite que limitou a ingestão oral (5); lesões oculares (2); lesão renal aguda (2); miocardite (2); e fins de controle de infecção (13).
O antiviral tecovirimat, contra a varíola humana, está disponível em alguns países. Esse tratamento foi utilizado em 5% dos pacientes.
Não foram registradas mortes por varíola do macaco até o momento em países onde a doença não é endêmica.
Especialistas entendem que a idade média das pessoas que estão sendo infectadas — o vírus é mais letal em crianças — e a estrutura hospitalar de países europeus e da América do Norte (que concentram a maioria dos casos) contribuem para isso.
Aumento de casos
Os novos casos de varíola do macaco continuam em elevação no mundo. O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos contabilizava na quinta-feira mais de 15,1 mil infectados em 65 países fora de áreas endêmicas.