(crédito: Geraldo Magela/Agência Senado)
Fonte: Isabela Stanga/Correio Braziliense
Em depoimento prestado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid confirmou que houve uma reunião na casa do ex-ministro de Defesa Walter Braga Netto para elaborar um golpe de Estado.
Cid, que corria risco de perder a delação premiada, conseguiu manter o acordo após oferecer novas informações sobre o general Braga Netto. A informação foi confirmada pelo Correio.
De acordo com a Polícia Federal, o encontro para organizar o golpe ocorreu no apartamento de Netto, na Asa Sul de Brasília, em 12 de novembro de 2022. A reunião foi o ponto de partida de um esquema que previa o assassinato do presidente eleito, Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Em mais de 2 horas de depoimento, Cid foi questionado sobre o plano, mas negou participação, como já tinha feito na terça-feira (19/11) na sede da PF.
O ex-ajudante descreveu, porém, toda a reunião na casa de Braga Netto e confirmou as informações que implicam o ministro da Casa Civil e de Defesa do governo Bolsonaro, que foi vice em sua chapa eleitoral em 2022.
Dois dias após o encontro, os militares suspeitos de participarem do esquema golpista passaram a trocar mensagens sobre providências para colocar o plano em prática. Segundo a PF, o assessor especial da Presidência Marcelo Câmara chegou a descrever para Cid a rota que seria usada por Alexandre de Moraes na diplomação de Lula, em 12 de dezembro.
Braga Netto, por sua vez, seria o elo entre Bolsonaro e os integrantes de acampamentos que pediam intervenção militar. Ele costumava atualizar o ex-presidente sobre as manifestações antidemocráticas.