(crédito: NELSON ALMEIDA / AFP)
Fonte: Isabela Stanga/Correio Braziliense
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), durante um comício realizado na terça-feira (24/9), em Goiânia. Antigos aliados, agora Caiado e Bolsonaro apoiam nomes diferentes para a prefeitura da capital: o chefe do executivo goiano forjou a candidatura do empresário e ex-deputado Sandro Mabel; já o ex-presidente apoia o deputado estadual Fred Rodrigues.
Em um bairro nobre da cidade, Bolsonaro chamou Caiado de “covarde”, sem citá-lo nominalmente. Ele retomou a crise entre ambos na pandemia de covid-19, em 2020, quando o governador de Goiás chegou a romper com o então aliado por conta de medidas para impedir a disseminação da covid-19, criticadas por Bolsonaro.
“Nós na pandemia fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam ‘fiquem em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde! O vírus ia pegar todo mundo, não tinha como fugir”, afirmou o ex-presidente no comício.
Bolsonaro ainda disse que a única candidatura de direita em Goiânia é a de Fred Rodrigues. Depois das negociações na pré-campanha, Caiado lançou um nome do União Brasil para a prefeitura, desagradando o PL, que queria lançar o deputado federal Gustavo Gayer.
O governador do estado lançou o ex-deputado Sandro Mabel, que ficou dez anos fora da política. Apesar disso, divide o primeiro lugar nas pesquisas com a deputada petista Adriana Acorsi.
Ao atacar Mabel, Bolsonaro fez referência ao “candidato da bolachinha”, uma vez que o empresário é da família fundadora de companhia de rosquinhas e biscoitos Mabel, vendida em 2011 para a PepsiCo. “O candidato da bolachinha e da rosquinha tem vídeo dele elogiando Dilma Rousseff, dizendo que ela foi uma boa gestora. 2014, 2015, sem crise nenhuma no Brasil. Essa presidente conseguiu a proeza de desempregar 13 milhões de pessoas no Brasil”, declarou.
O desentendimento entre Caiado e Bolsonaro coincide com um momento em que o governador goiano busca espaço na disputa ao Planalto em 2026. Já que o ex-presidente está inelegível, o União Brasil trata Caiado como pré-candidato e tenta atrair bolsonaristas e também os eleitores mais moderados de centro-direita.