Celina Leão e Izalci Lucas: guerra quase declarada em Brasília | Fotos: Reproduções
Fonte: Redação Jornal Opção
O bolsonarismo será “leal” à vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, na disputa para o governo em 2026, daqui a dois anos e dois meses? Não se sabe.
O que se diz, entre membros do PL, é que o bolsonarismo nada deve a Celina Leão nem ao governador Ibaneis Rocha. Pelo contrário, são os dois que devem aos bolsonaristas.
Então, quer dizer que o bolsonarismo não vai apoiar a candidatura de Celina Leão a governadora pelo pP? Não é exatamente isto que se está dizendo. Porque o bolsonarismo pode, sim, apoiá-la. A senadora Damares Alves (Republicanos), figura apagada no Senado mas forte eleitoralmente, apoia, desde já, a postulação da integrante do Progressistas.
Ibaneis Rocha decidiu bancá-la. Até porque, daqui a um ano e oito meses, planeja deixar o governo, para disputar mandato de senador, e Celina Leão assumirá o seu lugar, tornando-se a todo-poderosa do Distrito Federal. Sublinhe-se que a deputada federal Bia Kicis, do PL, é cotada pra disputar mandato de senadora. É bolsonarista. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tende a ser candidata ao Senado no DF. É a aposta principal do ex-presidente Jair Bolsonaro na capital da República.
Na contramão da aliança que estaria sendo articulada por Ibaneis Rocha — que inclui Celina Leão e Michelle Bolsonaro (diz-se que o governador não tem simpatia por Bia Kicis) —, o líder do PL no Senado, Rogério Marinho, bolsonarista de carteirinha, opera a possível candidatura do senador Izalci Lucas para governador.
Izalci Lucas filiou-se ao PL ao receber convite de Rogério Marinho. Pode ir para o Senado? Até pode. Mas ele está articulando para disputar o governo.
Há outros nomes no jogo. O MDB pode apoiar candidatura de Rafael Prudente, que é ligado ao presidente nacional do partido, Baleia Rossi. “Baleia não gosta do tubarão branco Ibaneis Rocha”, sugere um emedebista local. “Por isso, pode lançar candidato a governador no Distrito Federal.”
Há quem postule que, se liberado pela Justiça, José Roberto Arruda poderá disputar o governo, apoiado pelo empresário Paulo Octavio, um dos homens mais ricos de Brasília. Por via das dúvidas, tanto Ibaneis Rocha quanto Celina Leão estão paparicando Arruda. Porque, se não for candidato, pode se tornar um general eleitoral na disputa para o governo.
Lula da Silva já opera no Distrito Federal
No campo das esquerdas, o presidente Lula da Silva, do PT, está de olho gordo no Distrito Federal. O petista Geraldo Magela recebeu recomendação da cúpula do PT para montar uma frente política com o objetivo de tentar derrotar o bolsonarismo na capital do país. Realistas, os luas vermelhos do PT acreditam que a direita bolsonarista vai se unir, não em torno de Izalci Lucas, e sim de Celina Leão. Então, o alvo imediato e, em 2026, será a vice-governadora.
De acordo com políticos próximos a Lula da Silva, o objetivo da frente não é bancar necessariamente um candidato do PT. Planeja-se lançar um candidato de esquerda, ou de centro-esquerda, que pode ser do PT ou de outro partido. O petista Geraldo Magela abriu conversações, por exemplo, com a senadora Leila do Vôlei, do PDT.
A incógnita da política de Brasília é o ex-senador José Antônio Reguffe. Ele estaria decepcionado com a política e os políticos. Costuma reclamar que, em 2022, puxaram o seu tapete. Político meio camaleônico, que tende a transitar da esquerda para o centro e até pela direita, Reguffe permanece popular em Brasília. Mas precisa assumir-se como político. Quando inquirido se vai ser candidato, fica sempre negaceando, o que incomoda os políticos profissionais, aqueles com os quais se ganham eleições.
Reguffe pode ser candidato a senador ou a governador, numa frente com a esquerda de Geraldo Magela, Érika Kokay, Lêila do Vôlei e Leandro Grass? Não se sabe. Mas tudo é possível, sobretudo porque Lula da Silva e líderes nacionais do PT operam, desde já, para enfraquecer as forças bolsonaristas nas capitais, nos Estados e no Distrito Federal. (E.F.B.)