Fonte: Felipe Igreja/CBN
Um dos alvos de mandado de prisão da operação da PF contra desvios no fundo partidário e eleitoral do antigo PROS é o atual presidente do Solidariedade, Euripides Junior. A operação da PF desta quarta-feira (12) apura desvios que podem chegar a R$ 36 milhões. Além dele, outras seis pessoas pessoas também são alvos de prisão preventiva.
A PF cumpre ainda 45 mandados de busca e apreensão e o sequestro judicial de 33 imóveis, além do bloqueio de bens dos investigados.
Em nota, o partido disse que os fatos aconteceram antes da união do Pros com o Solidariedade e que ainda não há uma posição.
A Operação Fundo no Poço tem como objetivo de desarticular organização criminosa responsável por desviar e se apropriar de recursos do fundo partidário e eleitoral nas eleições de 2022. As investigações tiveram início a partir de denúncia do então presidente do partido em desfavor de um ex-dirigente suspeito de desviar aproximadamente R$ 36 milhões. Os alvos principais são ligados ao PROS, Partido Republicano da Ordem Social, que ano passado foi incorporado ao Solidariedade.
Saiba mais sobre a investigação
Por meio de Relatórios de Inteligência Financeira e da análise de prestações de contas de supostos candidatos, foram localizados indícios que apontam para existência de uma organização criminosa estruturalmente ordenada com o objetivo de desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral, utilizando-se de candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvio de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido.
Os atos de lavagem foram identificados por meio da constituição de empresas de fachada, aquisição de imóveis por meio de interpostas pessoas, superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido.
Os envolvidos estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.
Solidariedade também é investigado em Goiás
Denes Pereira Alves, titular da Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra) da Prefeitura de Goiânia, pediu afastamento do cargo, conforme anunciado pelo prefeito Rogério Cruz (Solidariedade) durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, (5). A decisão ocorre em meio à Operação Transata, deflagrada pela Polícia Civil (PC) para investigar fraudes em licitações e contratos.
A operação, iniciada na mesma quarta-feira, cumpriu 19 mandados de busca e apreensão, incluindo um na sede da Seinfra. Embora os nomes dos investigados não tenham sido divulgados, o prefeito confirmou que os envolvidos serão afastados de suas funções na secretaria. Em nota, a Prefeitura de Goiânia declarou colaboração total com a Polícia Civil, fornecendo acesso aos locais e informações necessárias para as investigações. A administração municipal aguarda os desdobramentos da operação com transparência.
Denes Pereira Alves já ocupou diversos cargos, incluindo a presidência da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e direção do Fundo Municipal da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e da Secretaria de Governo (SEGOV). Denes também é presidente do partido Solidariedade e assumiu a Seinfra em outubro de 2022.
A Operação Transata, segundo a Polícia Civil, investiga crimes de fraude em licitações e contratos, corrupção ativa e passiva, constituição de organização criminosa e lavagem de dinheiro. As atividades ilícitas começaram a ser praticadas em 2022, de acordo com as investigações. Com o afastamento de Denes, o secretário-executivo Alexandre Garcês de Araújo assumirá a Seinfra.