A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta quarta-feira (21) que sua permanência no cargo é prerrogativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que está tranquila em relação ao tema. No início da semana, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, negou que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tenha reivindicado a indicação do ministério e afirmou que Lula não colocará a pasta como cota de nenhum partido.
“O cargo do Ministério da Saúde, de fato, é muito importante, mas tenho uma trajetória dedicada ao Sistema Único de Saúde [SUS], dedicada à democracia. Minha trajetória na Fundação Oswaldo Cruz, como o presidente Lula tem dito, foi o que o motivou a me chamar para esse cargo. Creio que, neste momento, aperfeiçoar as relações com o Poder Legislativo tenha que ser o foco do governo e tem sido”, disse Nísia.
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Ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, ela destacou a importância de se alcançar o que chamou de equilíbrio nessa relação. “Isso, pra mim, é o objetivo central. Com relação à permanência no cargo, é uma prerrogativa do presidente. Sou uma ministra de Estado, tenho uma carreira e uma trajetória voltada para a defesa do Sistema Único de Saúde. Fico muito tranquila”, completou.
“O importante para o Brasil é que o Ministério da Saúde se fortaleça. Passamos por uma crise gravíssima. A pandemia de covid-19, no Brasil, teve efeito muito maior do que poderia ter, uma vez que perdemos 700 mil vidas. Houve negacionismo de vários preceitos da ciência e a desestruturação do SUS, que é um patrimônio nosso. Estamos reconstruindo esse patrimônio e estou feliz de poder realizar esse trabalho com a confiança demonstrada pelo presidente Lula. Minha convicção é de fortalecer esse trabalho o máximo possível enquanto merecer a confiança do presidente, que é quem define seu ministério.”
Febre maculosa
Durante o programa, a ministra comentou ainda os casos recentes de febre maculosa identificados no país. “Infelizmente, questões relacionadas a doenças infecciosas que têm exatamente a ver com desequilíbrios ambientais, e é isso que marca o retorno de doenças e a sua intensificação, como é o caso da febre maculosa, estarão presentes. Temos que trabalhar também nessas causas e nessas determinantes”.
“De forma objetiva, o que estamos fazendo agora é nos colocar primeiro junto à Secretaria de Saúde de São Paulo, onde apareceram esses casos e ocorreram as mortes, e trabalhar no sentido de identificar o problema, mapear da melhor forma possível e também contribuir para o manejo clinico, ou seja, para o cuidado necessário porque existe medicamento, esse medicamento é disponibilizado pelo SUS e, com isso, é possível evitar que as pessoas que contraiam a doença cheguem ao agravamento da sua saúde ou até mesmo à morte, como aconteceu.”