Quando não conseguia o valor que precisava, o policial passava a oferecer facas artesanais para os familiares e detentos
Fonte: Mirelle Pinheiro/Metrópoles
O policial penal Rafael da Conceição Barretto (foto em destaque), alvo de investigação da Polícia Federal, é acusado de orquestrar um esquema de corrupção envolvendo empréstimos financeiros com detentos do Complexo Penitenciário da Papuda e seus familiares, além de praticar outras atividades criminosas, como o comércio ilegal de munições. Ele utilizava sua posição no sistema penitenciário para manipular os presos e parentes deles, oferecendo regalias e favorecimentos em troca de vantagens financeiras.
A atuação do servidor foi detalhadamente investigada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Distrito Federal (Ficco-DF). Sob o pretexto de dívidas ou doença, o policial solicitava empréstimos diretamente aos detentos ou pedia que outros detentos intermediassem suas demandas.
Os empréstimos eram pagos pelo policial aos criminosos na modalidade parcelada. Quando não conseguia o valor que precisava, o policial passava a oferecer facas artesanais para os familiares e detentos a preços inflacionados.
A investigação também revelou que Barretto atuava como facilitador para que os presos mantivessem comunicação com o mundo exterior, ao disponibilizar celulares e até realizar videochamadas, o que infringe diretamente as normas do sistema penitenciário.
Ao longo de sua carreira como policial penal desde 2010, Barretto acumulou diversos registros de conduta irregular, incluindo a concessão de benesses a presos em troca de vantagens pessoais, como a relotação de detentos, a entrada de suprimentos ilegais e a manipulação de processos administrativos.